Quem assiste Doctor Who já conhece um dos seus pontos mais diferenciais dentre todas as outras séries: a regeneração do Doctor (traduzido para Doutor, mas que eu simplesmente não consigo chamar de outra coisa que não seja Doctor), o personagem principal que muda de ator, muda de temperamento e de roupas, mas mesmo assim, continua sendo o mesmo personagem.
E por essas mudanças é que é possível dizer que um dos Doctors é seu preferido. Até hoje são doze – bem, treze na verdade, mas o 8.5 é uma história muito longa e uma participação muito curta para contar – porém do décimo-segundo nós só sabemos o ator que vai interpretá-lo, Peter Capaldi, então provavelmente ainda não dá para contar ele como preferido.
O meu Doctor preferido, se alguém que já leu meus posts sobre Doctor Who e sobre o ator David Tennant ainda tem alguma dúvida, é o Décimo, que ficou na série desde o especial de Natal de 2005 até o especial de ano novo de 2010, e ainda foi parte do especial de 50 anos da série, exibido em novembro de 2013.
Muitos são os motivos pelos quais eu chamo o décimo Doctor (‘apelidado’ pelo fandom de Ten) acabou roubando meu coração de uma maneira que não consigo imaginar a série sem ele. Lembro que no especial de Natal que ele apareceu, o The Christmas Invasion, a grande estrela nem era ele, já que ele entra num estado de coma após sua regeneração e passa quase o episódio inteiro dormindo (segundo o David Tennant, foi uma das suas melhores interpretações na série). Mas uma das primeiras cenas é ele saindo da sua TARDIS e desejando feliz natal a Jackie, a mãe da Rose, e ao Mickey, que é “namorado” dela (coloco entre aspas porque a situação dos dois ali já estava meio abalada por ela ter saído para viajar com um alien pelo tempo e espaço). Logo depois do efusivo cumprimento ele cai no chão, desmaiado. E foi naquele instante que eu percebi que ali estava um dos personagens que eu mais ia amar na vida (fangirling mode on com um pouquinho de drama).
Sim, eu sei. Sou um pouquinho esquisita mesmo. Mas tudo bem.
O Ten acabou se fixando como meu Doctor preferido durante os episódios por ser um Doctor que se envolve, que faz tudo com uma paixão extrema. Quando ele perde alguém, ele passa por seus períodos obscuros (que o diga a Martha).
Outra coisa que eu amo no personagem é como ele lida com as consequências de seus atos. Por causa do seu senso de moral, ele acaba sendo muito rápido para julgar as pessoas, como ele faz por exemplo com a Harriet Jones. Ele acaba provocando, de propósito, a saída dela como primeira-ministra do Reino Unido, mesmo sabendo pela história que seria no governo dela que o Reino Unido iria passar por uma época de ouro. Porém, com a saída dela, o que acontece? O Master, outro Senhor do Tempo com intenções não muito boas, acaba se aproveitando disso e virando ele mesmo o primeiro-ministro.
Ele sempre tenta salvar todos, e sempre tenta dar a todos uma segunda chance, até mesmo quando isso significa que ele poderá estar em perigo, como a gente vê com os Sontarans, no episódio The Poison Sky.
Fora que o desenvolvimento do seu personagem se dá de uma forma profunda, e no episódio The Waters of Mars a gente vê o “Senhor do Tempo Vitorioso” que seria o que o Doctor viraria se decidisse que ele iria comandar as leis do tempo. É interessante ver do ponto de vista do personagem como ele sobe na sua soberba e em seguida cai lá de cima quando percebe que está errado.
O fim do Ten é perfeito para o seu personagem, desde a forma como acontece, até a maneira como ele se revolta ao perceber que não poderá escapar, com a sua turnê de adeus por todas as pessoas que foram importantes pra ele. Sei que The End of Time é um episódio que recebe muitas críticas dos fãs, mas eu acho ele perfeito. E ainda é o episódio que mais me faz chorar. Sim, contando Doomsday.
Por isso eu sempre defenderei esse personagem com unhas e dentes. Com suas maluquices e todas as referências pop que ele faz. Com todas aquelas levantadas da sobrancelha esquerda também. Caras e bocas fazem parte de quem ele é e não adianta tentar me convencer do contrário. Poucos personagens fictícios me inspiraram tamanha devoção. Mais ainda, poucos me fizeram chorar tanto.
Sim, Mari. O próprio Ten…
Em The Parting of Ways, ele dá um sorrisinho e diz: Hello!
Já era. Eu estava acorrentada por ele.
Bem, mas você sabe disso, não é?
Gosto de descobrir novos textos no seu blog. parabéns, este é muito bom.
Obrigada! E bem… É muito fácil escrever sobre o David ou qualquer personagem que ele interprete. O Ten sempre vai ter um lugarzinho especial no meu coração, afinal foi com ele que começou minha paixão pelo Tennant. Mas acho que isso você entende bem né? Ai ai…
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