Fazia tempo que eu não curtia um livro sobre um futuro distópico como eu curti O Ceifador. Com um equilíbrio ideal entre ação, mistério e romance, a história me conquistou. As possibilidades de reflexão que a leitura proporciona também são eletrizantes. Bom, já deu para perceber como eu amei a leitura, não  é mesmo? Então, chega aqui que eu vou explicar direitinho porque você deveria ler esse livro também.

Título Original: Scythe
Autor: Neal Shusterman
Série: Scythe #1
Editora: Seguinte (Companhia das Letras)
Páginas: 440
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Conhecendo o universo do livro O Ceifador – Scythe

A humanidade conseguiu o que parecia impossível: vencemos a morte. Sim, a evolução tecnológica encontrou a cura para todas as doenças. Ainda mais, graças à Nimbo-Cúmulo, um programa que guia tudo o que acontece na humanidade, nem acidentes acontecem mais. Ah, e a sua consciência pode ser salva, assim caso você sofra um acidente irreversível, é só passar por uma revivificação, ganhar um corpo novo e poder continuar sua vida. Fácil e indolor, já que os nanitos regulam a dor e curam muito mais rápido.

O problema é que toda essa prosperidade resultou em um problema: sem a morte, a humanidade cresceria sem ter limites. Para resolver o problema, criaram-se os ceifadores. Uma vez escolhido para a coleta por um ceifador, o indivíduo não tem escolha: irá morrer. Real e oficial, ou seja, nada de revivificação para ele. Por isso, os ceifadores são tão temidos pela humanidade.

Citra e Rowan são adolescentes que foram escolhidos pelo ceifador Faraday para serem seus aprendizes. Mas mais que aprender a dominar a arte da coleta (ou seja, matar) logo vão perceber que nem tudo funciona tão bem na Ceifa e que algo sombrio começa a se espalhar por lá.

Lendo O Ceifador

Uma das sensações mais interessantes que uma distopia pode causar no leitor é fazer com que ele reflita acerca de seus próprios valores. Lendo O Ceifador, muitas vezes me peguei pensando na morte e em como a eliminação desse medo mudaria nossas prioridades e a maneira com que vivemos.

Achei interessante que a Nimbo-Cúmulo, basicamente uma super nuvem com todas as informações do mundo, não é a grande vilã dessa história. Pelo contrário, seu algoritmo faz com que ela sirva a humanidade e tente realmente encontrar a solução mais satisfatória para todos os problemas. Não há mais governos, mas também não há mais guerras. Sua programação é tão inteligente que a desigualdade social não foi totalmente eliminada, mas sim reduzida a um parâmetro em que não há mais pobreza mas há diferenças para agradar a todos.

O único assunto em que a Nimbo-Cúmulo não pode interferir é na Ceifa. Essa, totalmente governada por humanos, deveria honrar os princípios éticos. Porém, onde há homens, há ganância e há sede de poder. A Ceifa está sendo corrompida. E armações mirabolantes estão tomando conta de tudo.

Conhecendo os personagens

O universo criado pelo autor pode ser o que mais me atraiu na história, mas seus personagens também merecem destaque. Citra e Rowan vem de famílias bem diferentes, mas tem muito em comum. Para começar, os dois não querem ser ceifadores. Acabam aceitam serem aprendizes para que suas famílias tenham imunidade (não possam ser selecionadas para a colheita). Mas ser um ceifador também significa várias privações. É isso que os dois vão descobrir, aos poucos, em seus treinamentos.

A escrita é bastante fluída, não dá vontade de parar de ler. Não há espaço para o tédio e a história surpreende bastante. Mesmo nos momentos de explicação, o leitor deve estar atento para pequenas informações que serão importantes mais à frente. É um livro que te faz pensar, que te faz sofrer, que te faz torcer pelos personagens… Uma história bastante envolvente.

O único problema: é uma série e o segundo livro ainda nem saiu no Brasil. O terceiro deve ser lançado lá fora em 2019. Ou seja, vamos ter que esperar um pouco…

Vocês curtem histórias assim?

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