Broadchurch cada vez mais bombástica. No episódio dessa última segunda-feira, foram tantas revelações que deu até para começar a questionar algumas delas.
Começamos com o Hardy e a Miller brigando, ele nervoso porque ela tinha deixado a Claire escapar, ela brava com ele por estar mais uma vez levando a culpa de tudo sem nem ter culpa nenhuma. Eles descobrem que o Lee descobriu os grampos pela sala que o Hardy tinha plantado (ótimo trabalho de detetive, Hardy, realmente excepcional) e convencido a Claire a sair cruzando os quintais das casas vizinhas para fugir dali. Hardy então vai contra as recomendações médicas dirigindo até o chalé onde a Claire está morando.
Enquanto isso, a Ellie vai tentar ajudar a Beth, que óbvio não quer ajuda nenhuma dela, mas quando sua bolsa estoura no meio da rua, você não tem muita escolha. Ellie acaba ajudando no parto da bebezinha da Beth, já que o imprestável do Mark não atende o celular e chega no final da confusão. Sério, Mark, para que você serve além de ser o marido mais egoísta do mundo?
Enquanto isso, o Hardy chega na casa da Claire e encontra ela lá, com o Lee. Aparentemente, ele ficou p. da vida com os grampos e por isso saiu dali com a Claire, por querer conversar a sós com ela. Aliás, ele tá aprontando alguma. Mas também, quem não tem segredos para esconder?
Com toda essa história, Hardy confronta a Claire a respeito das bluebells, as flores azuis que ela vem recebendo, mas ela diz que não sabe de nada. As bluebells obviamente tem um papel importante na história de Sandbrook, já que apareceram até nas fotos promocionais da segunda temporada.
Depois de tudo isso, Hardy pede a Ellie que se aproxime de Claire. Ela então convida a Claire para saírem à noite. As duas acabam indo para um bar e saindo de lá acompanhadas. Antes do início do episódio, houve uma advertência para “conteúdo sexual” e deixa eu te dizer… Até o conteúdo sexual de Broadchurch é depressivo. A pobre Ellie tem uma noite com alguém que ela nem conhece direito e o cara é tão ruim de cama que ela basicamente fica olhando para o teto o tempo todo. Pobre Ellie, nem isso???
Mas tudo isso acaba rendendo uma conversa entre a Ellie e a Claire, onde a Claire confessa que estava dormindo na noite em que as meninas foram raptadas, o que é um pouco diferente. Ela acordou e viu o marido limpando a casa, mas tudo parece meio estranho e, quando Ellie confronta Hardy com essa nova informação, percebe que ele não está surpreso. Aparentemente, ele está desconfiando da Claire há algum tempo já e por isso quer mais informações.
Também nesse episódio descobrimos que a advogada de defesa tem um filho preso que a culpa por sua prisão, por ela não ter defendido seu caso; e que a procuradora da acusação tem uma mãe que está numa casa de repouso que ela não está mais conseguindo pagar e que ela própria está com um problema sério de visão, que causa um acidente com seu carro. Mas, sinceramente, nenhum dos dramas pessoais delas me interessou muito.
Já no tribunal, é a vez de Ellie ser interrogada. E a saída dada pela advogada de defesa é um pouco chocante demais e sinceramente foi o que me fez começar a questionar até onde vai o limite do efeito dramático e da licença poética numa série como Broadchurch. Afinal, ver a advogada de defesa insinuar que ela estava tendo um caso com Hardy e que os dois armaram para incriminar Joe é algo bem… fora da casinha. Eu entendo que é função da defesa plantar na cabeça dos jurados uma dúvida razoável para que eles declarem o réu inocente. Porém, fico pensando se é necessário fazer uma acusação tão direta assim, que pode acabar se voltando contra a própria defesa.
Mas nós ainda estamos no terceiro dos oito episódios dessa segunda temporada. Muita coisa ainda vai acontecer para explicar o passado e ainda vamos ver as consequências de tudo o que está acontecendo. Ou seja: ainda vai piorar antes de melhorar.