Categoria "Papo Sério"
12
03
2016

Afinal, O Que Nós Queremos?

Essa é uma pergunta que nós, mulheres, não temos ouvido o suficiente. Muitas de nós já não ficam caladas diante de alguns absurdos considerados normais pela sociedade em geral (em especial, por sua parcela masculina). E essa falta de anuência, de concordância, tem provocado muitas reações agressivas, chegando a ultrapassar limites. E aí vem a história do “é tudo mimimi”, porque é mais fácil responder isso do que tentar entender o que, afinal, nós, mulheres, queremos.

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Vou responder por mim, mas tenho certeza que a maioria das mulheres concordaria comigo na maioria das respostas.

Eu quero que parem de responsabilizar as minhas roupas ou atitudes pelas ações dos homens ao meu redor. Quero que quando for à delegacia denunciar um estupro, nunca me perguntem o que eu estava usando, porque não importa. Que quando eu diga não, o meu parceiro pare e respeite a minha decisão.

Eu quero que entendam que o corpo é meu. E não, assovios e gritos de “gostosa” no meio da rua nunca serão elogios. Também quero poder usar o que eu quiser, ao invés de ter mil e uma pessoas na minha cabeça ditando regras. Quero poder usar meu cabelo comprido/curto/colorido ou de qualquer outra maneira que eu preferir, sem ser julgada por isso.

Eu quero ser reconhecida. Quero que outras mulheres importantíssimas na nossa história também o sejam, ao invés de ouvir nas aulas de história somente dos feitos dos homens. Quero visibilidade para as nossas grandes cientistas, escritoras, atrizes, diretoras, roteiristas, advogadas, juízas, médicas e qualquer outra função que eu possa escolher, inclusive a de ficar em casa, cuidando dos filhos.

Eu quero poder escolher o meu caminho. Não, toda mulher não nasce para ser mãe. É uma escolha que grande parte de nós fazem, mas toda mulher nasce para ser ela mesma. Ser mãe pode ser uma parte da vida da mulher, se ela assim o quiser, mas não é sua obrigação. Isso também vale para casar, fazer faculdade, ser dona de casa, ser uma grande empresária… As opções são infinitas e a escolha de qual caminho tomarei deve ser minha.

Eu quero ter as mesmas oportunidades que os homens tem. Seja no ambiente profissional, no ambiente familiar… Afinal, será que não existem tantas mulheres escrevendo livros ou será que elas não tem tanta oportunidade quanto  os homens tem?

Resumindo, eu quero respeito. Quero poder emitir minhas opiniões sem que elas sejam desmerecidas pelo fato de eu ser mulher. Quero que as minhas sugestões sejam levadas a sério. Que o meu trabalho seja tão valorizado e efetivamente remunerado quanto o de um homem com a mesma qualificação que exerça a mesma função que eu. Quero ser vista antes como pessoa, depois como mãe, filha, esposa. Quero viver o meu ser mulher de maneira plena. E quero que todas as mulheres do mundo também o possam fazê-lo.

E você, mulher, o que quer?

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07
03
2016

#MulheresParaLer – Mulheres Escritoras e o Mundo Literário

mulheresA Iara, do canal Conto em Canto, está com um projeto maravilhoso nesse mês de março, chamado “Mulheres Para Ler”. Basicamente, o projeto tem como objetivo incentivar os leitores a lerem livros dos mais diferentes gêneros literários escritos por mulheres.

Como ela mesmo explica aí no vídeo, existe uma certa ilusão que as mulheres já são tratadas da mesma forma que os homens no mundo literário. Mas isso não é bem assim. Então, é muito comum que acreditemos que uma escritora tenha a mesma chance de ser publicada e levada a sério em sua profissão, quando a verdade é que as mulheres que escrevem acabam tendo que se contentar com certos gêneros literários que não são considerados literatura, porque a verdadeira cultura literária – hahaha – seria um privilégio masculino. *pausa para fazer cara feia aqui*

Quando eu fiz o que a Iara sugere, contar quantas autoras eu tenho na minha estante, ao contrário dela, tive um resultado que num primeiro momento parece promissor: eu tenho muitos livros escritos por mulheres na minha estante. Porém, ao analisar esse resultado, percebi que isso se deve ao fato de que o meu perfil como leitora inclui muitos livros de gêneros que não são levados a sério (algo que eu acho muito errado) como o chick-lit e livros young adult, já que a maioria deles são direcionados ao público feminino. Como são gêneros que não são considerados “literatura”, tudo bem para as mulheres escreverem.

Afinal de contas, são raríssimas as vezes que vemos um homem escrevendo chick-lit. Como se esse tipo de livro não fosse literatura. Nesse exato momento, não consigo lembrar de nenhum. E mesmo quando escrevem algo parecido (estou aqui pensando nos romances cheios de drama de Nicholas Sparks) parece que são levados mais a sério que mulheres escrevendo o mesmo gênero.

Na categoria young adult, temos uma outra situação: a maioria dos livros escritos por mulheres trazem personagens principais femininas, mas já vi alguns personagens masculinos que foram escritos por autoras. Porém, o contrário é mais difícil de encontrar: um homem que escreva uma personagem feminina principal. Para não dizer que não existem, eu me lembro da série His Dark Materials, do Phillip Pullman, que tem a Lyra como protagonista. Mas é bem menos comum. Como se escrever protagonistas femininas fosse algo inferior e o autor perdesse credibilidade ao colocar uma garota como principal em sua história. *pausa para outra cara feia*

Harry Potter - JK Rowling

Até a situação da JK Rowling é um exemplo claro disso: quando seus livros foram publicados, seu nome foi alterado para as suas iniciais, pois existia o medo de que seus livros de história de magia e aventura não vendessem tão bem se logo de cara as pessoas soubessem que se tratava de uma mulher escrevendo.

Mas como mudar isso? O que você e eu, leitores, podemos fazer para mudar a situação? A resposta é simples: leia mais mulheres. Procure por autores do sexo feminino, principalmente ao escolher livros em áreas que não tem muitos exemplos de escritoras mulheres. Assim, aos poucos, o mercado editorial talvez vá dar mais chances para que outras mulheres sejam autoras publicadas.

Existem muitas mulheres que escrevem os mais diferentes gêneros, entre romance policial, horror, ação e aventura, livros técnicos… o que elas precisam é serem lidas, para que cada vez mais possam quebrar essa barreira de que mulher só escreve chick-lit (o que, volto a frisar, não é algo ruim, já que é um gênero literário que merece a mesma importância que todos os outros e não ser considerado inferior), de que uma mulher escrevendo um gênero que não é direcionado para mulheres não deve escrever bem.

Você concorda? Discorda? E afinal, quanto da sua estante foi escrito por mulheres? Deixe sua resposta nos comentários e participe desse projeto. Vamos ler mais mulheres!

13
12
2015

As Aventuras de Uma Geek Com Deficiência na @CCXPoficial

Vocês já estão cansados de saber aqui no blog, tem um monte de post aqui porque eu simplesmente não consigo parar de falar sobre o assunto, mas com a notícia de que David Tennant viria para a Comic Con Experience, em São Paulo, uma das primeiras coisas que eu fiz foi comprar minha credencial e as passagens, porque eu iria de qualquer maneira tentar conhece-lo.

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Eu, já na cadeira, e a Maria Lourdes, companheiríssima na aventura!

Mas como vocês também já devem saber, eu sou uma pessoa com deficiência. Eu não tenho vergonha nenhuma disso e já até postei um pouco da minha história aqui. Mas também não é algo que eu fale sobre toda hora, porque é apenas uma circunstância entre tantas outras da minha vida e na maioria das vezes nem entra muito na história.

Porém, em eventos grandes como é a Comic Con Experience, eu sempre fico apreensiva, porque ser uma pessoa com deficiência nessas horas acaba fazendo uma diferença enorme e se não houver nenhum tipo de apoio por parte dos organizadores do evento, fica quase impossível aproveitar alguma coisa. Por exemplo, eu não consigo ficar muito tempo em pé numa fila, canso com muita facilidade de ficar andando, tenho problemas de equilíbrio…

Eu estava bem preocupada sobre como a parte de fila preferencial ia funcionar por lá. Tinha tentado perguntar antes para os organizadores, mas de maneira impressionante, só obtive o silêncio como resposta. Sério, eu literalmente não tive resposta nenhuma, e tentei entrar em contato através do site oficial, da página do Facebook e do Twitter.

Apesar de tudo isso, logo que cheguei na estação de metrô Jabaquara para pegar o transporte até o local do evento, pedi preferência (a fila para entrar no ônibus estava enorme) e fui atendida sem nenhum tipo de problema. Eles até pediram para dar espaço na frente do ônibus para ficar mais fácil para mim. (mais…)

14
11
2015

Pelo Direito de Ser Quem Eu Quiser

Estava eu navegando na internet por esses dias, quando num instagram de uma blogueira até bem famosa, me deparo com a seguinte mensagem:

Num mundo cheio de Kardashians, seja Diana.

Num mundo cheio de Kardashians, seja Diana.

E aí isso me incomodou. A mensagem obviamente implica que ser uma Kardashian significa ser menos do que ser uma Diana. E como todos nós sabemos, as Kardashians são rotuladas pela mídia como espalhafatosas, usando roupas que mostram demais o corpo, publicando fotos nas redes sociais seminuas e por aí vai. Logo, a mensagem era “é melhor ser clássica e comportada do que ser desesperada por atenção”.

Mas aí eu lhe pergunto: por que? Obviamente, as mulheres comparadas na imagem acima são bem diferentes uma da outra. Vivem estilos de vida bem diferentes. Mas o que exatamente define que é melhor ser uma Diana do que ser uma Kardashian?

Mais ainda, pensando na vida que elas levaram/levam, o que seus comportamentos acabaram por definir em suas vidas? Dá para a gente determinar se Diana, em sua curta vida, foi mais ou menos feliz que Kim Kardashian?

Mas claro que para a nossa sociedade, é melhor ser uma Diana. Aguentar calada as humilhações impostas e tentar sempre sair por cima, porém sem provocar escândalos. Veja bem, não estou aqui dizendo que ela estava errada. Apenas que a maneira como ela agiu talvez funcionasse para a vida dela, mas isso nunca vai significar que ela era melhor que Kim Kardashian ou qualquer uma de suas irmãs.

E sim, uma Kardashian incomoda muito mais que uma Diana. Ao usar as roupas que quer, emitir suas opiniões de uma maneira muito mais direta e procurar sua felicidade de uma maneira não convencional, as mulheres acabam tendo esse efeito na sociedade. A sociedade em que vivemos coloca mulheres que se comportam como Diana num pedestal, simplesmente porque elas não enfrentam suas regras.

No fim do dia, sabe o que vai te fazer feliz? Ser quem você é. Se você gosta de roupas mais clássicas, se prefere lidar com seus obstáculos de maneira mais discreta, se um meio sorriso diante de uma opinião atravessada é mais a sua cara do que discutir com todas as suas forças… Maravilha. Seja essa pessoa porque é assim que você é. Lembre-se porém de que as suas opiniões importam, então não deixe ninguém te fazer de capacho.

Por outro lado, se você fala alto, gosta de roupas mais provocantes e de usar uma maquiagem mais pesada, se você se admira e gosta de publicar fotos mostrando as suas curvas… Vá em frente. Não deixe ninguém pensar menos de você por isso. O seu corpo é seu, e você escolhe o que quer fazer com ele. Você e mais ninguém.

E adivinhe só? O MUNDO NÃO SE DIVIDE EM DIANAS E KARDASHIANS, EM BOAZINHAS E MÁZINHAS. Pelo contrário, cada pessoa pode ser quem quiser ser, de acordo com suas convicções. Se não vai interferir diretamente na vida de outra pessoa, por favor, seja quem você é. Só tem um de você no mundo.

arrumei

Num mundo cheio de Kardashians, seja quem você quiser ser.

Pronto, arrumei.

07
03
2015

Feliz Dia da Mulher – Mas Por Que Não Existe o Dia do Homem?

Dia 08 de Março é, como vocês sabem, o Dia Internacional da Mulher. E, como todo ano, nós, mulheres, chegamos a esse dia para ganhar rosas de estranhos na rua ou para ouvir brincadeirinhas do tipo “por que não existe um Dia do Homem?”. Eu adoro como até no Dia Internacional da Mulher os homens conseguem fazer o assunto ser sobre eles. Troféu joínha pra eles.

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Feliz Dia da Mulher para Rose e Jackie Tyler, que acabam sendo alvo de tantos comentários machistas do fandom de Doctor Who.

Então, feliz dia do “Oh lá em casa!” ou o simples “Gostosa!” para você mulher, que passa na rua cuidando dos seus afazeres e tem que ouvir isso. PIOR, tem que achar que isso é elogio. Considerando que nenhum homem em sã consciência acredita que a mulher vai parar para conversar com ele (quem dirá agarrá-lo apaixonadamente no meio da rua) e que nenhuma mulher em sã consciência vai acreditar ter encontrado seu príncipe encantado após essas lindas palavras (nem ao menos sentirá por esse eloquente locutor um tesão inexplicável e implorar para ser sua escrava sexual), fico imaginando o porquê desse costume. Talvez a sociedade machista em que vivemos tenha sedimentado nas nossas mentes que o corpo da mulher é do homem, e essa seria a maneira que ele tem de lembrar para nós, mulheres, que estamos ali simplesmente para satisfazê-los. Talvez.

Feliz dia do “ela mereceu ser estuprada, olha só as roupas que ela usava” e do “não beba demais na festa, porque os meninos podem se aproveitar de você”. Porque é muito mais lógico ensinar as mulheres a não serem estupradas do que os homens a não estuprar. Porque sim, a vítima é a responsável, não o agressor. Porque a mulher merece e o homem não precisa utilizar seu autocontrole.

Feliz dia do “você ganha 81% do salário do homem e tem que ficar feliz com isso, afinal a diferença diminuiu” e feliz dia do “mulher tem jornada dupla: dentro de casa e fora dela”. Afinal, nessas horas não somos humanas, somos super mulheres que podem ter uma vida profissional e cuidar da casa (e do marido, que afinal não tem super poderes e não pode se cuidar nem ajudar em casa, o pobrezinho). Ah, e tudo isso ganhando 81% do salário deles.

Feliz dia do “vaca destruidora de lares” e “piranha que roubou meu namorado”. Afinal, homens são prêmios a serem conquistados, e não seres que pensam e são responsáveis pelas próprias ações. Logo, se você é traída, a culpada é sempre a outra. Se um homem casado trai, quem deve ser xingada na rua é a mulher com quem ele traiu a esposa, e não ele, que é quem assumiu um compromisso e que devia fidelidade a pessoa com quem casou.

Feliz dia do “ele conseguiu a promoção no trabalho porque é competente, mas ela deve ter dormido com o chefe” e do “se a bandeirinha errou, logo ela deveria posar na Playboy e não continuar a trabalhar com todos os outros machos que NUNCA erram” porque a mulher nunca é competente o suficiente para avançar no trabalho, logo sempre deve estar usando de seus super poderes femininos (olha eles aí de novo) para conseguir isso. E se por um acaso ela cometer erros, logo outros homens podem colocá-la em seu lugar, ou seja, nas páginas da Playboy ou na cozinha, onde elas poderão cumprir sua principal função no mundo: servir aos homens.

E feliz dia do “A Marvel já tem três grandes franquias de filmes protagonizados por homens chamados Chris, mas nenhum por uma mulher” porque não existem mulheres nerds no mundo, como essa que vos escreve, por exemplo, que adorariam ver a Scarlett Johansson protagonizar seu próprio filme da Viúva Negra.

Feliz Dia da Mulher e nossa, por que será que não existe o Dia dos Homens? mari

18
05
2014

O Caso da Bandeirinha e do Machismo no Futebol

Hoje é domingo, dia de almoçar com a família reunida e com a tv ligada no Esporte Espetacular. E aí eu, que não acompanho esporte nenhum, fiquei sabendo do caso da bandeirinha Fernanda Colombo, mulher, coisa que já é rara no futebol brasileiro, que cometeu uma série de erros nas partidas em que fez parte da arbitragem. Foram erros grotescos, pelo que eu pude entender. E isso não é novidade aqui no Brasil, é? A arbitragem cometer erros? Mas quem cometeu esses erros foi uma mulher. E aí os comentários machistas começam a aparecer.

O diretor de futebol do Cruzeiro, Alexandre Mattos, porém, conseguiu me tirar do sério com as suas colocações. Ele começou dizendo que a bandeirinha não cometeu erros, que ela é ruim mesmo. Posso estar enganada, mas algo me diz que se estivéssemos falando de um bandeirinha homem, a frase do nosso expert aqui seria diferente. Aposto que ele teria acusado o bandeirinha de estar comprado pelo outro time. Afinal de contas, um bandeirinha homem não erra e quando erra, é de propósito, não é mesmo? Mas uma bandeirinha mulher não tem toda a capacidade de um homem, logo se ela erra, ela é ruim mesmo.

Mas claro que não parou por aí. Depois disso, ele ainda continuou dizendo que se ela era bonitinha, ela devia ir posar para a Playboy. Uau, se isso não é machismo escancarado, não sei o que é. Estavámos discutindo a performance profissional da bandeirinha, certo? Mas de repente, reduzimos a pessoa, a profissional, a mero objeto de luxúria.

Sim, porque mesmo que não haja problema algum se a bandeirinha um dia quiser posar para a Playboy, obviamente, o personagem mítico dono das afirmações acredita que o valor dessa mulher em especial se limitaria a ser objeto de desejo dos homens. Afinal, não é para isso que as mulheres existem? Para que seu valor seja mensurado pelos homens?

Se a bandeirinha errou feio, que passe pelas mesmas punições que todos os bandeirinhas que erram feio (e sim, existem muitos que erram, alguns cometeram erros grotescos naquela semana, mas ninguém falou deles, né?) . Será que o fato de ser uma mulher numa profissão exercida predominantemente por homens significa que ela deve ser perfeita e não cometer erros jamais?

Ah, após toda a polêmica, o nosso amigo com colocações tão interessantes foi chamado pelo Esporte Espetacular para mandar uma segunda mensagem para a bandeirinha. Começou dizendo que não queria ofender. Devo confessar que não ouvi mais nada depois disso. Se ele teve a cara de pau de dizer que não quis ofender, obviamente nada melhor viria por aí.

O Brasil é o país do futebol. É uma pena que o esporte ainda seja machista a ponto de ser estúpido.

08
12
2013

A Representação da Pessoa com Deficiência na Sociedade

Uma campanha organizada por uma organização chamada Pro Infirmis,de Zurique, na Suíça, me chamou atenção essa semana. Reunindo pessoas com as mais diferentes deficiências físicas, a idéia foi fazer manequins, desses que ficam nas vitrines das lojas para mostrar o caimento das roupas e chamar a atenção de quem passa na frente, com as medidas das pessoas com deficiência e também com a mesma forma de seus corpos.

Interessante, porque quando paramos para pensar, os manequins de loja são praticamente iguais, feitos no padrão que as revistas e os programas de TV impõem como o corpo perfeito: quase não existem manequins representando pessoas baixas ou gordas, e mesmo quando existem, estão nas chamadas lojas especializadas. A própria palavra “gorda” traz uma imensa conotação negativa, enquanto “magra” é frequentemente utilizada como um elogio. Para amenizar, nós costumamos colocar tais palavras no diminutivo, já que baixinha e gordinha são um pouco mais… carinhosas. Você já parou para pensar no porquê? E mesmo que a justificativa de que é preciso emagrecer pela saúde, já que ser gorda pode trazer vários problemas de saúde, eu me pergunto: e ser magra não traz?
Mas, enfim, talvez essa seja uma discussão para outro momento, já que aqui estamos falando dos manequins modelados nas pessoas com deficiência. Confesso que um dos principais motivos para ter dado play no vídeo foi o fato de que na imagem de preview aparecia uma das modelos que tinha uma escoliose muito parecida com a minha. Ela é baixa como eu e tem o andar parecido também. E fizeram um manequim de acordo com as medidas dela. Aliás, esse manequim foi parar na vitrine de uma loja de roupas na rua, e as pessoas paravam para olhar. Ora, é algo diferente, que instiga a pessoa a refletir.
A campanha tem o objetivo de mostrar que, afinal, ninguém é igual. E por isso, não temos que ser todos representados com o manequim padrão. Fazer com que as crianças entendam que existem diferenças entre as pessoas sim, e isso não é motivo para medo ou para risadas, seria algo muito mais fácil se junto com as pessoas altas e magras também fossem apresentadas da mesma forma pessoas cadeirantes, pessoas que não possuem uma perna ou que tenham apenas três dedos no pé. A representação na mídia, nas redes sociais e nas propagandas é importante, porque ajuda a lembrar que somos diferentes mas que nossas diferenças não nos fazem de maneira alguma inferiores ou menos merecedores de admiração (ou pior, merecedores de pena). Pense nisso.mari-transp
22
03
2012

Metablogging: Blogando sobre Blogar

De uns tempos para cá, tenho percebido em alguns dos blogs que mais leio um movimento para que os blogs voltem aos seus áureos tempos, quando ter um blog era mais sobre escrever sobre o que gostava, expondo sua opinião sobre o assunto ao invés de simplesmente fazer propaganda sobre um produto que recebeu gratuitamente da assessoria de imprensa de alguma empresa ou loja. Ainda bem que tal movimento existe, porque não aguento mais ler propaganda nos blogs.
Tudo bem, até existe aquela máxima “na vida nada se cria, tudo se copia”, mas a grande maioria dos blogs atualmente tem usado essa máxima como lema e não criando absolutamente nada, só copiando o que outros blogs estão postando. É triste, mas com tantos assuntos iguais, acaba que mesmo depois de você passar por 100 blogs, parece que você leu dois. E as idéias de parceria e divulgação de produtos acabaram se tornando o assunto principal de vários blogs de beleza.

Afinal, para que alguém começa um blog? Porque levando-se em conta o comportamento de algumas blogueiras por aí, me parece que a idéia principal é “pra ganhar coisa de grátis”. Perdeu-se o principal (e para mim, o mais interessante), que era exatamente a opinião da pessoa por trás do post que, consumidora como eu, fala o que achou do produto, ou de um filme, ou de um livro… seja essa uma opinião positiva ou negativa.

Em alguns blogs, eu me sinto quase como alguém que, ligando a TV na expectativa de assistir um programa interessante, acaba assistindo comercial atrás de comercial.

Aliás, quando foi que ser blogueira virou sinônimo de ser celebridade? Os blogs deixaram de ser algo pessoal e se transformaram em empresas. Muitas blogueiras vivem quase que exclusivamente com a renda de seus blogs e, embora não tenha nada errado nisso, em alguns casos isso significa perder toda a individualidade e mesmo chegar a omitir informações e opiniões com o simples objetivo de vender seu espaço para o anunciante.

Um exemplo muito interessante do fato, e que serviu para eu não perder toda a minha fé nos blogs e canais do YouTube (que também sofrem com os mesmos problemas), foi quando a Sigma enviou para as suas “afiliadas” que mais encaminham compradores um kit de pincéis enormes banhados a ouro 24k, que custa aproximadamente 500 dólares (ou seja, quase 1000 reais). Fiquei impressionada com algumas das resenhas, que se limitaram a dizer que o produto era um luxo, um sonho de consumo.

Quando pensei que tudo estava perdido, assisti o vídeo da resenha desse mesmo produto feita pela Lisasz09 no Youtube e ela falou exatamente o que pensava: que era um luxo totalmente desnecessário, que ela não via sentido nenhum em gastar 500 dólares em pincéis que exerciam a mesma função de qualquer outro. Detalhe: ela tinha ganho esse kit de pincéis e outro diferente, também banhado em ouro, no valor de 200 dólares. E deu sua opinião sincera sobre o produto.

A maioria das blogueiras e das vloggers, infelizmente, não tem coragem de, ao receber algo de valor tão alto gratuitamente de uma empresa, falar o que realmente pensa. E nem é falar mal, é apenas apontar as falhas do produto ao invés de elogiar cegamente. Para mim, blog significa outra coisa. Na minha opinião, um blog deve ser um lugar seu na internet, com a sua cara, onde estejam expostas as suas opiniões, por mais estranhas que elas possam parecer, independente do produto ter sido recebido gratuitamente ou não. Se não… para quê ter blog?

Deixo a reflexão para todas, blogueiras profissionais e blogueiras que, como eu, estão nessa para se divertir e conhecer novas pessoas.

15
03
2012

Porque Desisti da Glossybox

No dia do consumidor, uma história de desrespeito ao consumidor.

Já fiz um post por aqui falando da Glossybox. Acho a idéia muito boa, não acho que seja um serviço caro e é ótimo para você conhecer novos produtos que nem pensaria em testar normalmente.

Porém, nessa semana, finalmente desisti da Glossybox e cancelei minha assinatura. Os motivos são vários e resolvi fazer esse post para explicar e ajudar a quem está pensando em fazer a assinatura a decidir. Talvez para você que está lendo funcione melhor do que para mim.

O primeiro motivo é a demora para receber a caixinha. Em fevereiro, recebi se eu não me engano somente no dia 09. Neste mês, minha caixinha chegou dia 15, hoje. O mais engraçado é que para fazer a cobrança no meu cartão de crédito, a Glossybox não se atrasava nunca: mês passado, a cobrança foi feita no dia 13/02… e essa cobrança é exatamente dessa caixinha que só chegou dia 15/03.

O segundo motivo é o atendimento: você pode fazer contato com a Glossybox através de um formulário no próprio site, da página do Facebook deles e também através do Twitter.

Todo mês eu tinha que pedir o número de rastreamento, porque enviar automaticamente após realizado o envio da Glossybox deve ser algo muito diferente e complicado, mesmo que a maioria dos sites façam isso. E nesse mês, nenhum dos canais de comunicação com a empresa me deu retorno.

Na página do Facebook tem muitas reclamações de assinantes que, como eu, ainda não receberam sua caixinha. Até agora, estou sem o número de rastreio de algo que deveria ter sido enviado na última semana de fevereiro (quase duas semanas atrás). É capaz que daqui a alguns dias eles me enviem… depois da caixinha ter chego.

Teve um absurdo no atendimento da Glossybox que tenho que contar por aqui: uma das minhas mensagens pedindo o número de rastreio da caixinha de fevereiro, que eu enviei no dia 06/02, só foi respondida no dia 27. A mensagem até pedia desculpas pela demora na resposta mas, gente, é muito tempo. Em tempos de internet, as empresas tem que tomar mais cuidado com o atendimento ao cliente, que deve ser mais ágil.

O terceiro motivo diz respeito ao conteúdo das caixinhas: sinceramente, se eu recebesse mais uma das amostras dos protetores solares da Róc, que eu já conheço e uso, eu ia chorar (só para constar: recebi a última caixinha hoje e VEIO uma amostra de Róc FPS 70, provando o que eu disse – só não chorei porque já havia cancelado a assinatura).

Provando que eu não tô mentindo: na caixa de Set/2011, uma amostra do Róc. E pensar que antes vinha até Clinique…

Também já estava insatisfeita, pois apesar de amar a L’Occitane, tenho três miniaturas de cremes para as mãos, três tipos de sabonete e amostras de loção corporal para dar e vender. Produtos da Neutrogena, então, nem se fala… todo mês vinha uma amostra de uma versão do mesmo produto, da mesma marca. A idéia da Glossybox era que você experimentasse produtos novos de marcas diferentes. As últimas caixinhas pareciam todas a mesma coisa.

Não tive problemas com produtos vencidos nas minhas Glossybox, mas li em fóruns e em blogs muitas meninas reclamando disso.

Não desisti fácil e dei algumas chances para ver se melhorava. Todo mês, pensava: mês que vem vai ser melhor, eu vou receber produtos diferentes e interessantes, vai vir pelo menos um produto em tamanho normal… e todo mês, sem exceção, me decepcionava. Uma hora, você cansa de se sentir como uma palhaça. Eu cansei. Vou usar os R$ 39,00 que eu gastava com a assinatura para algo mais interessante e menos desgastante do que ficar indefinidamente esperando por uma caixinha frustrante como virou a Glossybox para mim.

Se você estiver curiosa, mesmo depois de saber sobre todos os problemas que pode enfrentar, acho que pode assinar sim, até mesmo porque as primeiras caixinhas que você recebe através do serviço virão com coisas novas que talvez você não conheceria de outra maneira. Mas se decidir fazer essa assinatura, fique avisada dos problemas. Vai chegar uma hora que você cansa. Eu cansei.

05
11
2011

Projeto 100 Dias sem Compras – O Desafio

O que é?

Basicamente, é uma meta que você coloca para si mesma com o objetivo de não comprar nada além do estritamente necessário. Não há regras exatamente, pois você pode fazer as regras que quiser. É um projeto meio parente do gringo “Project 10 Pan”, em que basicamente você escolhe 10 produtos e, enquanto não terminar de usá-los, não pode comprar outros. É para fazer você usar melhor o que já tem e não ficar comprando produtos novos.

Por que você decidiu fazê-lo?

Porque eu tenho gastado bastante com cosméticos (sejam produtos para pele, sejam produtos de maquiagem) e por isso tenho muita coisa no meu armário que não está sendo usada. Para  que eu comece a usar outros produtos e não fique comprando coisas novas, usando um pouquinho e já deixando de lado em favor de algo novo, resolvi começar com esse projeto.

Por que o de 100 dias e não o 10 pan?

Olhando para os produtos que eu tenho, apesar de eu ter acumulado bastante, não tem nenhum produto que eu tenha que desencalhar. E tenho a impressão de que eu ia demorar demais para acabar com qualquer produto, o que me desanimaria logo e faria que eu desistisse no meio do caminho. Tendo em mente essa “deadline”, sei quando vai acabar o desafio. Então, para mim, funciona melhor.

E quais as suas regras?

  • O projeto vai do dia 02/11/2011 até 10/02/2012 – isso deve dar 100 dias ou aproximadamente, e como o que vale é a intenção e não a matemática, tá valendo. XD
  • Durante esse período, não posso comprar nada de maquiagem ou cremes para a pele/cabelo, a não ser que tal produto tenha acabado e eu não tenha absolutamente nada que possa substituí-lo, ou seja, se acabar minha sombra X, não posso comprar outra da mesma cor, porque eu poderia usar a Y que eu já tenho. Levando em consideração o tanto de coisa que tem no meu armário, isso não vai acontecer.
  • A Glossybox não entra no projeto, porque eu não quero cancelar minha assinatura, nem o que já está encomendado (duh, né, como é que eu ia dizer não quando o carteiro viesse?).
  • O jogo é meu, as regras são minhas, logo se eu inventar mais alguma o problema é meu também (hahahaha, tudo isso para dizer que posso inventar outras regras conforme for sentindo necessárias).
Bom, a idéia do projeto é essa, se alguém se sentir animada a fazer comigo, vou amar o apoio e a companhia (oi, meu nome é Becky Bloom e eu sou uma shopaholic). Pode ser que apareçam alguns posts por aqui sobre as minhas frustrações, mas tudo bem… eu vou conseguir /modepensamentopositivoon.
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