Todos nós somos leitores diferentes. Alguns só lêem o estritamente necessário, aqueles livros que a escola manda e que não dá para ver o filme e fazer a prova (infelizmente, esses são a maioria); outros lêem por prazer, mas aos poucos. Existem aqueles em quem a leitura dá sono, outros que simplesmente não conseguem se concentrar no livro.
E ainda, existe aquele tipo de leitor que lê por prazer, que troca fácil, fácil a novela ou a série de tv por um livro, que simplesmente mergulha tão profundamente na história que passa horas lendo, sem cansar. E ai de você se precisar da atenção dele: vai ser respondido apenas com monossílabos. Prazer, essa sou eu.
As pessoas costumam brincar que se me mandassem fazer alguma coisa e eu demorasse demais, podiam ir atrás de mim e me encontrariam lendo até mesmo um jornal que houvesse sido jogado no meio do caminho. Eu aprendi a ler muito cedo, com quatro anos já lia fluentemente. Minha mãe conta que eu tinha tantos livros que ela resolveu contar aqueles que eu já tinha lido para doar para a biblioteca infantil aqui da minha cidade. Ela jura que tinha 700 (claro, pessoas, livrinhos infantis, com poucas páginas, uma ou duas frases por página, e muitas ilustrações). Não me lembro e não posso afirmar os números com segurança, mas eu com certeza já lia demais.
Ajudava também que na minha infância computador em casa era uma fantasia, internet então, nem se sabia direito o que era; e TV, embora já um meio de entretenimento importante, só passava programinhas infantis de manhã: o resto do dia era reservado para programas chatos de adultos. Um canal pago só para crianças era mais fantasioso do que computador em casa.
E também, devido a todos os meus problemas físicos, eu não conseguia acompanhar as crianças da rua em suas brincadeiras. Logo, o que me restava era os livros. Claro que eu também sempre adorei ler e tive muita facilidade para me concentrar na história: isso não dá para inventar, ou você nasce com isso ou simplesmente não tem.
Na escola, vivia trazendo um livro para casa. Minha carteirinha da biblioteca sempre tinha que ter segunda via, porque eu preenchia rapidinho os espacinhos reservados para os livros retirados. Se eu pudesse passar o horário da aula de educação física na biblioteca, ah, para mim isso era uma alegria.
Os livros que eu li me ajudaram muito: meu vocabulário era notoriamente maior do que a maioria dos meus colegas de sala, a minha redação fluía melhor e nunca tive problemas de ortografia. Isso acontece com quem lê muito: normalmente, a pessoa também escreve melhor. Por isso sempre incentivo as pessoas ao meu redor a ler mais, a leitura constante realmente faz a diferença.
Não acredito que por causa da internet os livros vão acabar. Muito pelo contrário, acho que tantos blogs sobre livros e tantos lugares onde você pode dar sua opinião e também ler a dos outros acaba incentivando as pessoas a comprarem livros que elas nem conheceriam de outra maneira.
Também acho muito melhor ter o livro, em papel. Os e-books são ótimos, mas nada substitui o cheiro de um livro novo. Fora que depois de um tempo, a tela do computador cansa. Com o livro em papel, isso também acontece, mas demora mais tempo e você pode levá-lo com muito mais facilidade para qualquer lugar, sem necessariamente depender de baterias ou tomadas para continuar lendo.
Sou o tipo de leitora que gosta de livros com finais felizes, que gosta de livros que me façam crescer como pessoa, que me façam reavaliar os meus conceitos, que me façam aprender coisas novas e que me façam pensar. Não gosto necessariamente de livros filosóficos ou depressivos sem motivo algum, e não gosto de personagens lineares demais, daqueles que não tem profundidade nenhuma, defeito ou qualidade alguma. Gosto de personagens com quem me identifico ou que pelo menos consigo entender a lógica por trás de suas atitudes. E não me venham com personagens burros: sinceramente, se a resposta para o mistério está pulando na sua frente, não se faça de tonto e finja que não entendeu.
Bom, essa sou eu e é assim que eu leio. E você, quem é como leitor?
Oi Mari ,
Adorei seu post,
Eu cresci numa biblioteca que meu pai tinha em casa, um quarto onde ele guardava seus livros e fazia seus filhos gostarem da leitura,
Eu sou a que mais me pareço com ele, adoro ler, tudo, adoro aprender , sugar tudo que um livro possa me oferecer…
Prefiro o fantástico com um toque de romance, um bom suspense talvez.
Alguns livros eu leio em um dia, outros em um mês, varia de amor a primeira página, rs.
Bjokasssssss
Oi Mari, que legal esse post. Ele me fez relembrar junto com a sua trajetória, também a minha como leitora. Como você, eu também gostava de ficar na biblioteca (bem, na aula de educação física eu jogava futebol), mas era na hora do intervalo… hahahaha… Eu ia na biblioteca e passava o horário todo lá; escolhendo livros para ler e levar, ou sentada lendo gibis ou livros ali mesmo. Em todas as escolas que eu frequentei, as bibliotecárias me conheciam! =) Quando já era adolescente, ganhei meu primeiro computador. Mas eu não tinha internet, e como eu queria ficar no… Ler mais
[…] por isso decidi contar um pouco da minha história como leitora. Há muito tempo atrás, fiz um post sobre isso, mas faz tanto tempo que decidi contar essa história de novo. Porém, dessa vez vou […]
[…] não vou me aprofundar muito na minha história com os livros, mas para quem quiser, eu tenho um post sobre isso no blog. E é um post de 2012, o que só prova mais uma vez que eu não estou aqui desde ontem. Porém, […]