Você já deve ter visto por aí a tag #internetjusta, não é? O movimento surgiu depois que algumas operadoras, como a Vivo, anunciaram que iriam fazer valer uma cláusula que existe em seus contratos que autoriza a diminuição da velocidade ou até o corte do fornecimento de internet na banda larga, da mesma maneira que acontece com os planos de celular. E aí o assunto entrou em discussão, afinal isso faria grande parte da população voltar ao tempo da internet discada.
Particularmente, acredito que essa seja sim uma maneira de boicotar os serviços de streaming, como por exemplo a Netflix, que tem tomado boa parte dos espectadores da TV a cabo. O interessante é que em momento algum se falou em melhoria no serviço, ou em explicações sobre todas as quedas no fornecimento de internet ou em como a velocidade contratada nunca é a efetivamente oferecida. E aí, seria justo?
Enfim, a Anatel se pronunciou proibindo, temporariamente, as operadoras do serviço de internet banda larga de diminuir a velocidade ou cortar o serviço contratado. A verdade é que outras questões entraram em discussão, inclusive se essa ideia de tirar a internet do cidadão não seria uma forma de repressão, já que a maioria das manifestações populares, cada vez mais comuns nesses tempos de instabilidade na política, são combinadas através da internet. É por isso que hoje, um dia antes do Dia Internacional da Liberdade de Imprensa (03/05), vamos relembrar algo importante.
Se essa ideia das operadoras vingar (já que a proibição da Anatel é temporária) voltaríamos basicamente ao tempo da internet discada. Não sei quantos de vocês são dessa época, mas eu basicamente vi a internet entrar na minha casa. Eu devia ter uns sete anos, e todo mundo começava a comentar sobre uma rede mundial de computadores que estava chegando para revolucionar toda a comunicação.
Mas lá no comecinho, a gente não tinha essa internet rápida, não senhor. A gente precisava ter um computador e um CD para instalar o programinha que ia fazer seu computador se conectar na internet. E aí você instalava o bendito Discador. E era exatamente isso que ele fazia: ele discava para o provedor para conectar-se à internet através da linha telefônica.
E gente, como isso era demorado. Como isso vinha cobrado direto na conta de telefone, a gente só podia entrar na internet aqui em casa depois da meia-noite e aos finais de semana, que era quando só era cobrado um pulso. Era uma briga, como vocês podem imaginar, já que aqui em casa somos em três irmãos e só um computador podia se conectar por vez (não que a gente tivesse mais de um computador, que na época era algo muito caro, e celulares com acesso à internet era ainda apenas assunto de filmes de ficção científica).
E quando alguém tinha que fazer uma ligação, então? Lá ia a gente, desconectar o computador, esperar a pessoa ligar… Fora que para abrir qualquer página demorava às vezes até dez minutos. Se houvessem muitas imagens, então, esquece. Era mais fácil a internet cair primeiro. Porque sim, a ligação caía com uma frequência assustadora. Fazer download de arquivos de áudio de dois minutos podia demorar horas. Quando o arquivo era um pouco maior, não era incomum que o tempo estimado para download ultrapassasse anos. Isso mesmo, ANOS. Não demorava anos, claro, até porque se realmente demorasse ninguém ia conseguir fazer nada, mas como a velocidade era instável, isso acontecia.
Todas essas lembranças ficaram num passado remoto. Ou pelo menos deveriam, ainda mais porque agora dependemos da internet para tudo: para fazer declaração de imposto de renda, para mexer na conta do banco, fazer inscrições em concurso… E agora, querem tirar isso da gente, alegando que está no contrato. Mas será que é justo?
E aí, alguém lembra dessa época da internet discada e dos CDs do Uol que vinham até em revista?
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Saudosista a tua postagem.
Em que pese eu ser um pouco mais velho, aprendi a usar computador com 18 anos, nos idos de 1991, quando engatinhavam conexões de rede, podiamos usar alguns minutos no curso de informática, onde aprendiamos editor de textos Fácil, planilhas Lotus 123 e por ai afora.
Já internet, usei mesmo a partir de 2000 quando eu trabalhava no CPD de uma transportadora de madrugada, rastreando caminhões e fazia uma gambiarra para conectar na internet através de um das linhas da central, usando o saudoso bate papu do IG.
Tomara que essa palhaçada de limite não passe….
Então você lembra dessa época ainda melhor, de todo o espanto com essa rede que prometia revolucionar tudo (como fez, aliás). Tomara mesmo, mas não confio em ninguém.
Adorei a sua publicação com o tema!
E me sinto como vc…
Demorou para eu ter internet aqui em casa, mas lembro do sufoco de esperar o dia e a hora certa para se conectar, tentar né..
Fora dividir o computador com família inteira, sempre caia e não podia ter ligações =/
Só nosso país mesmo para retroceder, porque está acomodado e não aceita mudar a logística e investir em algo novo.
É bem isso, é mais fácil falar que não dá para fazer do que investir, infelizmente.
Beijos
Nossa, lendo seu texto, voltei no tempo. Aqui em casa, somos em três, então, consigo imaginar a sua briga aí. haha Era uma eterna discussão sobre quem ia primeiro, que fulano ficava mais tempo e etc. E, por favor, que NÃO volte a isso! Acho que o Brasil já chegou num estágio em que seria completamente retrógrado, sem falar na falta de liberdade de expressão (ou democracia?), aceitar essa mudança na internet. Temos que evoluir, não dar passos para trás.
As brigas eram épicas aqui em casa! E sim, temos que evoluir, não voltar ao que era antes, né?
Beijos
Oi Mari, tudo bem?
Já que a Anatel não nos protege, fico feliz em ver outras instituições indo em defesa do consumidor. Esse posicionamento das operadoras é um retrocesso sem tamanho.
Beijos,
Priscilla
Infinitas Vidas
É um baita retrocesso, com certeza!
Beijos
Quem reclama da internet hoje, não sabe o que foi viver na época da net discada. kkkk
Acho que a sua história é parecida com a de outras pessoas que passaram por essa fase. Lembro de poder usar a internet apenas nos finais de semana e a noite por poucos minutos. kkkk
Não sabe mesmo, hahahaha!
Beijos
Putz Mari – desculpe o palavreado – mas vc descreveu meu sentimentos, a época da internet discada. Era uma guerra la em casa e às vezes a net caía e eu fingia que não pra reconectar srsrsr mas conta vinha e eu levava bronca ssrsrsrsr foi um aprendizado de paciência mas acho que hoje eu não conseguiria mais. E o barulhinho do discador? Um clássico! Acho que seria ridículo voltar a este ponto, não que não tenha sido importante mas com certeza muita coisa no país pararia devida à falta de internet ou um preço exorbitante para ter o acesso… Ler mais
Esse texto foi uma viagem no tempo pra mim, Bru! hahahahaha
Beijos
Caraca! Quantas memorias vieram a tona quanto internet discada. Lembro daquele barulho que fazia e de aqui só poder entrar depois da meia noite, acredita? Hehehe, mas foi bom para dar valor ao hoje, sabe?
Beijao, Min
Com certeza, Min! Escrevendo o post lembrei de um monte de histórias, hahahaha.
Beijos
Nossa na boa deu ate medo de lembrar dessa época! HAHAHAH eu lembro que esperava ate de madrugada para entrar porque então eu não conseguiria.
http://www.descrevendonuvens.com
Pois é, eu lembro de ficar acordada até a meia-noite para poder entrar, hahahahaha
Beijos
Nossa, como não se lembrar, não é? E aquele barulhinho que todo mundo adorava, de quase conectado.. kkk Engraçado relembrar. Mas não seria tão engraçado ter que regressar aqueles tempos. La na minha casa também era uma guerra quando dava meia noite, nós somos duas irmã e apenas um computador na casa.
bjinhos
Uma Geek Descolada
O barulhinho é algo que nunca vamos esquecer, hahahaha
Beijos
[…] internet é um meio de comunicação indispensável, ninguém pode negar. Ninguém quer voltar ao tempo da internet discada, né? Mas infelizmente nem tudo são rosas no mundo virtual. Muita gente mal intencionada, muita […]