19
12
2015

Acabei de Ler: Auggie & Eu – RJ Palacio

Quem já leu Extraordinário já conhece o Auggie. Ele é um menino que nasceu com uma deformidade facial e por conta de vários problemas de saúde, teve que se submeter a muitas cirurgias e acabou estudando em casa ao invés de ir para uma escola.auggie01

O livro Extraordinário é todo sobre o Auggie, contado em sua maioria por ele mesmo, mas também por outras pessoas que moram e convivem com ele.

Auggie & Eu não é, porém, uma continuação de Extraordinário. Acho que a melhor maneira de descrevê-lo seria como um livro que complementa sua história, porém, não é sobre ele.

Aqui temos três histórias contadas por pessoas que também conhecem Auggie, mas que vão contar suas próprias histórias e não mais a história de Auggie.auggie02

Em O Capítulo de Julian, a história é a versão de Julian, que nós poderíamos chamar de arqui-inimigo do Auggie em Extraordinário. Conhecendo melhor Julian e como é sua vida, conseguimos compreender melhor suas ações. Claro, não se justifica, mas dá para entender melhor o que Julian estava passando e como ele estava se sentindo.auggie03

Em Plutão, quem conta a história é Chris, que é o amigo mais antigo de Auggie e que é mencionado bastante em Extraordinário. Porém, como Chris se mudou para longe, não vê mais Auggie como antes. Ele conta a sua história, seus problemas pessoais e como ser amigo de Auggie afeta sua vida.auggie04

Por fim, Shingaling é contada por Charlotte, que era a terceira dos alunos que fizeram parte da comissão de boas-vindas ao Auggie (para quem não lembra, Julian e Jack eram os outros dois alunos). Charlotte nunca vira amiga realmente de Auggie e se mantém distante e neutra quando tudo acontece com ele. O interessante desse conto é ver como o grupo de meninas age e como muita coisa acontece na escola que o Auggie nem sonha que aconteça.

A RJ Palacio escreve pelo ponto de vista das crianças (ou seriam pré-adolescentes?) muito bem. Achei a decisão dela, de não escrever uma sequência para Extraordinário por acreditar que seria limitar a imaginação de vários leitores que já traçam o futuro de Auggie, muito interessante, ainda mais porque lhe deu a chance de explorar outros aspectos da história dele, fortalecendo ainda mais o universo que criou.

E Extraordinário é um livro maravilhoso que todos deviam ler, ainda mais por trazer um protagonista com deficiência. Auggie & Eu é uma delícia de ler também e merece uma chance. Definitivamente, uma ótima leitura.

02
10
2013

Acabei de Ler: Extraordinário – RJ Palacio

Comprei esse livro no meu Kindle porque ele estava na promoção da semana e já tinha ouvido falar maravilhas sobre ele. Não me decepcionei. O livro conta a história de Auggie, um menino de dez anos que nasceu com uma síndrome genética que resultou numa deformidade facial e em várias cirurgias ao longo dos anos. Por causa de tudo isso, ele nunca tinha frequentado uma escola com outras crianças, tendo sido ensinado pela sua mãe, em casa. Porém, ao chegar na idade de ir para o quinto ano, seus pais decidem que é hora de ele começar a ir para a escola. Extraordinário capa revisao 03

O livro é contado sob vários pontos de vista. O principal deles é do próprio Auggie, mas a irmã mais velha dele, alguns amigos da escola, o namorado e a amiga da irmã também contam um pouco da história. O interessante é que nenhum dos pontos de vista é de um adulto; no máximo, são adolescentes. Outra coisa que eu achei genial é que para cada ponto de vista, a maneira que a história é escrita muda também: quando é o namorado da irmã do Auggie contando a história, por exemplo, ele não utiliza nenhuma letra maiúscula. Com isso, a autora consegue dar uma certa autenticidade para a um dos personagens.

A maneira como o Auggie explica sua vida e a maneira como os pais dele lidam com o fato de que ele ser mais diferente dos outros (digo isso porque, sejamos sinceros, quem é igual a todo mundo? o que é ser normal, afinal de contas? esse tal de normal existe?) é bem real. Digo isso porque, como já contei por aqui, minha deficiência física me deu essa experiência. Acredite em mim, nunca é fácil entrar numa sala cheia de gente da sua idade, sabendo que você vai receber aquela olhada – mesmo que seja por um segundo – do tipo “hey, você é meio estranha”. E você se acostuma mesmo. Não há como ser diferente.

É um livro que emociona. Principalmente por ser simples. Não é um livro que tenta fazer grandes afirmações. Simplesmente narra a vida de Auggie, do ponto de vista dele, e nessa simplicidade, mostra como o diferente na verdade é muito mais parecido com o normal de todo mundo. mari-transp