04
03
2016

Entrevista com Everton Moreira, autor de Pétreos

No post passado, vocês leram um pouco sobre o livro Pétreos, escrito pelo Everton Moreira, parceiro do blog. Agora, vocês vão ler uma pequena entrevista em que ele conta um pouco mais sobre como foi criar esse universo, suas inspirações e planos para o futuro.

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1. Quais os motivos que o levaram a ambientar a história de Pétreos naquele momento histórico?

Escolhi um ambiente medieval porque queria uma história simples sobre valores; honra, lealdade, amizade; e a temática medieval é confortável para histórias com este teor. O fato de ser professor de história e ser mais ligado a História Antiga e Medieval também contribuiu bastante.

2. Com qual personagem do seu livro você melhor se identifica? Existe algum personagem que foi mais complicado de escrever?

Acho que todos tem um pouco de mim, mas o personagem no qual me vejo está na sequência que está sendo escrita. Quase todos os personagens deste primeiro livro são baseados em pessoas que conheço e conheci, mas não é nenhum deles que me representa. Tenho um apego muito grande pela postura da Iren, baseada na minha avó materna, a verdade é que gostaria de ter a força dela, mais do que a de Sir John ( baseado em meu avô materno). Os dois personagens mais difíceis foram Virtuo e Bernard. Virtuo é inspirado em um ex-aluno e atual amigo, acredito que seja o personagem mais complexo do livro… seus valores e suas emoções… tudo isto torna ele um dos mais queridos, mas também trabalhoso. Bernard é um exceção, não é baseado em ninguém, o conceito dele nasce com a vontade de homenagear Bernard Cornwell que é meu autor contemporâneo favorito; o fato de não ter baseado ele em uma pessoa real fez com que fosse difícil eu imaginá-lo.

3. Como foi o processo de publicação do livro Pétreos? Como escritor, qual a sua visão em relação ao mercado editorial brasileiro?

Difícil. As editoras pequenas e de médio porte são as que realmente trabalham com escritores inciantes. As grandes editoras são inacessíveis. Já as editoras das quais temos respostas, as de pequeno e médio porte, precisam que você colabore financeiramente com a obra. O mercado editorial brasileiro escolhe o comercial, o produto certo da venda, não existe uma abertura real para o surgimento de novos nomes e coisas do tipo.

4. Você cogita a ideia de escrever uma continuação, já que o fim da história apresenta essa possibilidade, ou Pétreos foi concebido como um livro único?

A resposta da segunda pergunta já entrega. Há uma continuação, mas apenas uma, a história desde o inicio foi concebida para ser contada em duas gerações.

5. Pétreos foi o primeiro livro que você escreveu? Pretende se aventurar mais no mundo da literatura?

Pretendo escrever a continuação de Pétreos e tenho o desejo de ambientar uma história durante a Revolução Cubana, contaria a história de um pequeno fazendeiro durantes os eventos na ilha. Penso também sobre um livro com tons poéticos ambientado no mundo circense.


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02
03
2016

Acabei de Ler: Pétreos – Everton Moreira

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Exemplar cedido pelo autor para resenha.

Sir John Taurio, Conde de Alandes e comandante do exército de Rehn, era o melhor amigo do Rei Beath desde a infância e juntos tornaram seu reino o mais forte de todos os conhecidos. A amizade, vista como a base de uma era de ouro, se rompe de maneira inconciliável diante de uma praga agrícola. O Conde acredita que todos devem racionar qualquer suprimento para que o povo consiga sobreviver à crise, enquanto o monarca deseja que os impostos sobre a produção subam para preservar os luxos da nobreza.
John não consegue aceitar as ordens de seu antigo amigo e lança seu condado em uma luta desesperada para se separar do reino. Os homens do condado de Alandes têm a escolha de lutar por um mundo novo que ainda não conseguem entender ou aceitar a exploração imposta pela monarquia. Com poucos aliados, Sir John decide não se render ao mundo que até então tinha defendido. Alandes, seu líder e seu povo buscam ser algo maior do que um simples território, eles precisam se tornar um sentimento de liberdade.

Autor: Everton Moreira
Editora: Garcia
Páginas: 264
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5 Estrelas

Quando o autor entrou em contato comigo para uma possível parceria, logo fiquei bem interessada no estilo de história que Pétreos conta. Além disso, acho importantíssimo sempre divulgar o trabalho de escritores nacionais, pois sinto que às vezes não é dado o valor necessário à nossa literatura. Claro, na escola somos obrigados a ler os clássicos (que também são importantes) mas a literatura contemporânea brasileira não recebe o destaque merecido. Fico feliz de poder falar do livro Pétreos aqui no blog, ajudando a divulgar o trabalho do Everton Moreira.

Pétreos é uma história medieval e seu personagem principal é Sir John, Conde, comandante do exército e amigo de infância do Rei Beath, do Reino de Rehn. Porém, quando uma praga diminui a quantidade de comida que será produzida, prevendo uma crise, Sir John propõe ao seu Rei que cortes sejam feitos, principalmente quanto ao privilégio dos nobres, garantindo assim a sobrevivência de todos. Porém, a solução dada por Beath é o aumento de impostos para os agricultores (qualquer semelhança com a história do nosso país é mera coincidência). Diante da negativa do Monarca, ele se vê na difícil posição de enfrentá-lo e com isso acaba declarando seu condado, Alandes, um reino e ele mesmo, seu relutante Rei.

Claro que essa traição não é bem vista pelo Rei Beath, que declara guerra ao povo de Alandes. O que observamos a partir daí é o início de um reino em Alandes, onde novos personagens serão apresentados e pessoas do povo, camponeses e artesãos, serão envolvidos nessa guerra e trarão cada qual seus conhecimentos para vencer o exército muito melhor treinado do Rei de Rehn.

Fiquei bastante envolvida na leitura, principalmente pela maneira como as relações familiares de Sir John e também aquelas de amizade entre os seus súditos são apresentadas. É difícil não torcer por Alandes, especialmente porque a construção do Reino, visualizada por John, é feita de forma a valorizar todos os que fazem parte dele, sem se deixar levar por títulos de nobreza. Para o Rei John, todos devem ter a mesma importância, não importando a sua nascença.

Fui pega de surpresa com algumas perdas ao longo da história, mas achei bem pertinentes também, já que estamos falando de uma guerra e seria irreal se as perdas acontecessem somente para um dos lados. Achei muito interessante como o Rei John lidera suas tropas e as estratégias que ele se utiliza para que, mesmo com menos homens, ele possa ter uma chance.  Mesmo as mulheres foram bem utilizadas e fazem sua presença ser reconhecida.

Gostei muito da leitura e definitivamente recomendo para todos que quiserem conhecer um pouco mais sobre essa história. Existe algum livro nacional que você recomenda? Deixe nos comentários para que eu possa conhecer também!

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