Nesse último sábado, dia 19, Doctor Who voltou às telas britânicas com sua nona temporada, trazendo o primeiro episódio depois do especial de Natal do ano passado. Como eu acabei de assistir o novo episódio, aqui vão algumas das minhas impressões sobre esse episódio. Óbvio, a partir daqui, o post está repleto de spoilers. Se você ainda não assistiu, corre, assiste e volta aqui para discutir comigo.
Já assistiu? Ok, então aqui vamos nós! O episódio começou meio obscuro, no meio de uma guerra. As minas, aquelas mãos saindo da lama com um olho no meio da palma, foram bem aterrorizantes. Uma coisa bem Moffat. Mas achei que funcionou. O menino no meio da guerra, aquele que o Doctor salva (ou não salva, essa parte ainda está meio confusa): achei uma reviravolta no enredo interessante, por ele ser quem era, ou seja, Davros, criador dos Daleks. Talvez não fosse o que eu estava esperando (momento da confissão: não assisti o prólogo que saiu antes, mas quem assistiu disse que ficava fácil adivinhar), porém pode funcionar. Teremos que esperar os próximos episódios para saber se a ideia vai ser bem desenvolvida. Afinal de contas, temos vários exemplos de ideias do Moffat que tinham um grande potencial e infelizmente não fizeram por merecer. Mas há sempre uma esperança. O começo do episódio foi bem confuso. Acho meio desconexo da história o personagem novo, o das cobras – a Colônia alguma coisa, agora não lembro o nome. É uma tentativa de mostrar um efeito visual interessante, e o corpo dele, formado por uma colônia de cobras, causou um impacto legal, porém acho um pouco desnecessário. Se a ideia do personagem não for desenvolvida nos próximos episódios, ele será apenas mais um personagem aleatório que desempenhou apenas uma função secundária nesse primeiro episódio.
Gostei de rever alguns dos locais que nós revimos no começo do episódio, como a Proclamação das Sombras e Khan. É legal que exista essa ligação com episódios passados, às vezes tudo é muito novo e a conexão com os outros 51 anos de série passa totalmente batida. Eu gosto de ver lugares pelos quais o Doctor já passou em episódios anteriores.
Uma crítica é que demora um pouco pra gente entender para onde o episódio está indo. A primeira parte do episódio faz você se sentir perdido, do tipo… será que eu estou assistindo o seriado certo? A personagem que realmente começa a ligar os pontos e começa a fazer o episódio ficar familiar, parecido com Doctor Who, é a Missy. Aliás, ela rouba o episódio inteiro. Adorei a ideia dos aviões parados, culpa da Missy, claro, apenas para chamar a atenção.
Quem ficou mesmo para trás nesse episódio foi o próprio Doctor, já que a Clara também arrasa, com sua posição importante na UNIT. Gostei de ver uma UNIT liderada por mulheres, e apesar de ficar um pouco surpresa com a importância que a Clara tem (principalmente porque é algo que parece que aconteceu de uma hora para outra), depois de pensar, acho que faz sentido.
Voltando à Missy, acho que a relação entre Doctor e Missy/Master foi explicada de uma maneira muito coerente nesse episódio. Afinal, os dois são amigos, um pouco inimigos, uma coisa assim confusa que funciona. E eu acho que a explicação para a amizade ou inimizade dos dois nesse episódio foi utilizada da maneira correta.
Já a crise de meia idade ou, melhor dizendo, a crise de pré-morte do Doctor, é algo que não se encaixou. Não fez sentido. Apesar de entender aonde o Moffat, que escreveu o episódio, queria chegar, não concordei com a sua ideia. Mas isso, como todo mundo já sabe, não é incomum. Enfim, lá estava o Doctor, com sua crise, uma guitarra e óculos escuros, provavelmente quebrando umas 1000 regras do tempo e espaço ao falar de coisas do futuro para o povo do passado – o negócio do DUDE foi algo muito estúpido. Seria algo engraçado se tivesse feito sentido. Do jeito que ficou pareceu apenas uma idiotice. Mas amei ver o Capaldão de óculos escuros com a guitarra na mão.
Aí o carinha das cobras volta (olá, Voldemort!), e nós ficamos sabendo que o Doctor é parseltongue, ou seja, pode falar com as cobras. Ele é apenas um mensageiro. O cara das cobras, não o Doctor. Ele está ali para levar o Doctor até Davros, que está morrendo.
A história toda do Davros seria mais interessante se eu não achasse muito lugar comum. Então o Doctor salvou/não salvou o Davros quando ele era criança? Nós voltamos a uma discussão muito antiga, que já existe em Doctor Who desde que os Daleks foram introduzidos na história. Será que seria certo matar uma criança se ela fosse crescer para virar um ditador terrível? Será que é certo matar Hitler? É algo tão simplório nesse ponto de Doctor Who, que já foi utilizado tantas e tantas vezes, que cansou antes mesmo de acontecer.
A Clara e a Missy acompanham o Doctor nessa última viagem, é claro. A Missy rouba a cena mais uma vez com seu ciúmes. Como assim Davros é seu arqui-inimigo? Adorei aquilo, parece bem a relação que a gente sempre soube que existia entre o Doctor e o Master, então parece familiar.
Mas vamos ser sinceros e discutir algo que me incomodou muito sobre a temática desse episódio: a ideia da morte do Doctor já deu o que tinha que dar, né? Vamos tentar algo diferente agora? Já faz três temporadas que o Doctor vai e volta da beira da morte, ninguém mais nem pisca com a possibilidade de ele morrer.
Nós descobrimos então que eles foram levados para nada menos que Skaro, o planeta natal dos Daleks. Até a Missy fica assustada ao perceber que o planeta voltou, e voltou em perfeitas condições. Na parte final do episódio, descobrimos que os Daleks estão até com a TARDIS, e então eles exterminam a Missy, a Clara e a TARDIS, tudo para o Doctor assistir.
Não vou entrar em detalhes na conversa do Doctor e do Davros porque não vi nada ali que chamasse a atenção. Porém, a última cena do episódio é o Doctor voltando para o lugar onde o menino Davros ainda estava rodeado por minas de mão com uma parte de Dalek nas mãos para aparentemente matar o menino Davros e salvar a sua amiga. Será que ele vai fazer isso mesmo?
Achei esse episódio… bom, na verdade. Fiquei bem entediada em alguns momentos e para falar a verdade acho que se a Missy não tivesse sido parte, iria classificar o episódio como ruim. Acho a “morte” da Missy, da Clara e da TARDIS uma babaquice, porque todo mundo sabe que elas não morreram. Não tem peso emocional algum aquilo. E ainda acho que não teve absolutamente nada de original. O Doctor nesse episódio para mim estava bem apagado e não foi um personagem que eu senti uma conexão. Na verdade, começo a sentir uma apatia pelo personagem (só para vocês verem, estou analisando o Doctor como um simples personagem e ele é só o principal da série inteira – deixo para vocês tentarem imaginar o porquê).
Vamos ver se o episódio da semana que vem me entusiasma mais!
Olá, Mariana.
Você cumpriu o prometido, coma volta das Terças Whovians! Gostei!
Mas você achou o Doctor com crise de meia-idade com a guitarra… Bem, eu achei absolutamente sensacional! Esse homem cabeludo e roqueiro me abalou pela primeira vez!
Com o resto, concordo, sim. E pela que a Clara Chata não vai morrer de vez, perderam uma ótima oportunidade de deixá-la bem mortinha…
E a Missy arrasou, mesmo. Estou achando que em termos de Master está melhor que o John Simms, se bem que acho mais que é por causa de estória, mesmo.
Abraço, continue assim!